E quem sou eu, comigo mesma?
Sem espelho...
Quem sou eu?
Em retrospectiva vemo-nos em versões opostas,
A verdade espelhada num raio de sol,
Num gesto simples...
E o Diabo está nos Pormenores!...
Neles residem os demónios que nos perturbam
Quem és, vulto que passas fugidio?
O que me trazes e porque me escolheste?
Tu que não pertences ao mundo que se toca
Olho o dia de amanhã, e procuro-me!
Encontro-me no Hoje, no Agora...
Para me perder de seguida...
Tudo o que está por cima, está por baixo...
E o que mais é, senão Amor?
Esta grandiosidade silenciosa
que me consome e corroi
Esta ansia de olhar os seus olhos
E sentir o seu olhar no meu
Pálpebras cerradas
Não podem conter as esferas
que emergem sem autorização
e rolam, molhando a face.
Reconstruo uma vez mais
cada momento