Rodopiaste, leve, p’lo salão, Com a leveza própria d’uma pena… Sorriste-me, segura, tão serena, Que deixou de bater meu coração!
Na noite naufraguei em mar revolto, Sem ver, por vezes, o teu areal... E o pânico é muito, o medo é tal Que agarro esta jangada e não me solto!
Palavras que calei, falai agora, Revelai sonhos meus, risos e dores, Contai a quem dedico meus amores, Dizei os nomes que deixei de fora…
Os poemas são filhos, são gerados No seio das palavras que seduzo… Não as poupo, e delas não recuso A oferta dos filhos tão amados!
Deixa que meu silêncio, meu amor, Te diga, no silêncio que é tão nosso, O que dizer-te quero mas não posso, Que a força do silêncio é maior...