Se não puderes ser poeta no mundo,
sê poema na intimidade.
Mas sê poema único e harmonioso,
Chiu!
1, 2, 3
Do ó-ó chegou a vez.
4, 5, 6
Já estão a dormir os reis.
7, 8, 9
Na horta já dorme a couve.
9, 8, 7
1º
Querer dizer tudo sem dizer nada.
Mas se nada é tudo...
Então não digo nada,
e com o meu nada, façam tudo.
2º
Ela quando sai.
Provei o suor que te escorre do rosto. Tem um travo de azedume e de mosto.
O palhaço da roulote emagrecida,
na porta de entrada está crucificado o número vinte e três,
sem vizinhos para conversar,
o palhaço morre em pedacinhos...
Nasci na Serra, filho da Estrela
Do granito; de xisto não tenho nada…
Tendo, nos olhos, a cor, a Mãe mais bela
Nesta minha Alma de silêncios gerada