Naquele momento fiquei pétrea, dura como mármore, fria e oca, pasmada da sorte infeliz permanente. As lágrimas escorreram, lavando-me a cara marcada pela incredulidade e negação ferranha. Completamente perdida, quebrada, só.
O mundo e as suas cores empalidecendo, a luz diminuindo, o som ténue dos arvoredos crescendo, o negro da noite penetrando sorrateiramente a sala, o silêncio descendo lentamente as paredes, a imensidão... nesse momento fiquei consciente da imensidão e tive medo.
Naquele lapso de tempo, entre vozes e risadas, caíram os ideais, as caras, as máscaras, as crenças, a esperança... nada restava se não o medo, as lágrimas... a serene certeza de que estava perdida, do mundo a meus pés, da frágil pressão exercida pela gravidade, do esquecimento.
Naquele momento fiquei pétrea, dura como mármore, fria, contemplando aterrorizada o meu destino incerto, assimilando sem ter bem a certeza do quão pequeno é o meu pranto.
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