Enquanto eu durmo,
a minha fábrica de poemas
não para de funcionar.
É dela que vem todos os sonhos
que eu tenho para sonhar.
Tenho amigos pequeninos,
são duendes, fadas e gnomos,
que transformam cada sonho
em um poema que já vem pronto para sonhar.
São guardados em caixinhas
com rótulos coloridos,
para que não troque os sonhos
cada vez que for sonhar.
Sonhos cor de rosa,
são aqueles mais difíceis de sonhar,
porque são os mais bonitos
e mais difíceis de realizar,
por isso os guardo com muito cuidado,
e na hora de desenrolar,
os abro de forma delicada
para não amarrotá-los
e com eles não mais sonhar.
As caixinhas de rótulos verdes,
contém sonhos de esperança,
por isso nunca desisto
e as mantenho sempre à vista.
Existem também rótulos dourados,
que são os sonhos mais ousados,
por isso os tenho bem guardados
com medo que sejam usados
por alguém despreparado,
que não saiba identificá-los
e acabe por danificá-los.
Se isso acontecer,
o sonho perde todo o significado
e quando eu for usá-los
não terão mais o mesmo tom dourado,
terão se transformados
e não poderão mais ser recuperados.
Quem pensou que poema já nasce pronto,
está muito enganado.
É preciso estar muito inspirado,
senão os versos não conseguem ser
rimados e cada poema já nasce assim...
desfigurado...
Débora Benvenuti
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