O Sonho deslizava suavemente
pelo tapete mágico da mente.
Seus pezinhos delicados
estavam machucados
de tanto andar ao relento.
Fazia frio e o sereno da noite
era tão intenso,
que mais parecia um véu
salpicado de gotículas brilhantes.
O Silêncio adormeceu,
cansado de esperar pelo Sonho.
E quanto mais esperava,
mais cansado ficava.
Sabia que um dia o Sonho
estaria de volta
e o Silêncio poderia adormecer,
aconchegado ao Sonho.
E os dois assim apaixonados
viveriam novamente lado a lado.
O Sonho sempre aparecia
quando o Silêncio adormecia.
Era tão delicado,
que por onde passava
rabiscava palavras de carinho
na memória do Silêncio,
para que ele quando acordasse,
lembrasse de tudo o que haviam
sonhados juntos.
Mas muitas vezes o Sonho desaparecia,
cansado de ser só sonho.
E quando isso acontecia,
o Silêncio entristecia.
Ficava calado por longos períodos
e nem mais um som se ouvia.
As lágrimas do Silêncio
escorriam por sua face,
feito lâminas de aço.
E quando o Sonho aparecia,
o Silêncio se desfazia.
A lágrima que escorria,
Desaparecia...
Débora Benvenuti
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