Portuguese
Passam transeuntes e turistas varridos;
Passa a brisa e o olhar dos mendigos.
Passam cavalos e seu ar de martírio
E as gentes esnobes que desfilam delírio.
As notas ecoam e invadem ouvidos
Que se fazem ajustados; os mais providos.
Cada sopro é um esforço: um grito de alívio
Que esbugalha os olhos e faz tremer os cambitos.
Passam os carros; seus roncos poluídos
Que lhe ofuscam as notas mas não lhe tiram o brilho.
Passam as modas, a chuva, a neve e o frio;
Passa o verão, esmorece-se o brio.
E passam os anos e renova-se a vista,
Mas no coração da cidade nunca passa o artista.
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