Pedra efémera

 

Pedra efémera

Portuguese

Sem que nos apercebamos
A chuva cai sem cessar
Como a vida de cada um
Segue sempre sem esperar.

O longo torna-se curto
E o farto, insuficiente
O tempo já não chega
Para acalmar nossa mente.

Cada singelo momento
Em que fechamos nossa mão
Desperdiçamos oportunidades
De ouvir bater o coração.

Conto segundo a segundo
Pouco a pouco, devagar
As batidelas vão cessando
Sinto o relógio a parar.

Os sentidos desaparecem
A vida fica deveras vazia
Apenas sobra esta pedra
Grande, rugosa e fria.

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