MÃOS MINHAS, MINHAS MÃOS

MÃOS MINHAS, MINHAS MÃOS

Tens as mãos tão leves

tão inquietas.

Deixo-me ir

desafogada de qualquer leito.

Finjo não sentir

este arrepio

a que me cinjo diariamente.

Tens as mãos tão suaves...

Deixo-me ir,

enrolada 

na meiguice denunciadora

dos teus olhos.

Finjo-me indiferente

e esqueço-me

que me sabes em todos os meus poros, 

que me reconheces esta loucura

enquanto me afagas com tuas mãos

suaves, doces e inquietas.