Sou essa rocha . . .

eu sou a rocha onde tu, mar revolto, me vens beijar.
 

Sou essa rocha . . .

Portuguese

Sou essa rocha onde,

 tu, meu mar, me vens salgar

para depois, em nova onda,

provares o tempero.

 

Tenho seios esculpidos

em tuas mãos de espuma,

 que aguardam teus dedos,

teu toque, tua boca húmida,

num frenesim de relevo.

 

Habito nessa fronteira

onde tu te fazes meu

e eu desapareço em ti.

 

São nessas cadências

que existo, no pulsar ritmado do teu ser

que me reclama, chama de sua,

em marés, de sabor a maresia,

com gritos de prazer.

 

Sou essa rocha,

morada do teu desejo,

que te dá forma 

e chama de meu.

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