Encanto, sofregamente encanto
Silêncio transbordante e soprado na chama incandescente
Incessantemente aquele sentimento de amargura imunda
E somente ansiando pelo silêncio do teu olhar
Breve nuvem ensombrando o meu caminho
Átomos exteriorizando uma dança de pesar
Deambulando insano coração nas partidas palavras
Que palpitam no crepitar de uma canção
Silêncio infinito,
Eternamente em mim soçobrando
Breve esgar de remorso
Por um caminho tortuoso e delirante
Ansiando sempre em ti repousar
Imagens deslumbrantes e bucólicas
Vagueiam em mim na memória de ti perdida
Fantasmas errantes sorriem
No jardim desflorido numa manhã de primavera
Ondeando no azul dos céus embriagantes
Sonho alado no fulgurante entardecer
Andorinhas delirantes no limbo que percorro
Arrancadas ferozmente e nas asas do vento desnudadas
Gélidas tempestades enobrecem o meu ser
E de ti apenas um sonho longínquo e enegrecido
Nas brumas do meu ser em ti sentido.
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