Com pincéis de incolor seda e uma paleta de infindas cores
Pintalguei abruptamente o meu nascer de fugaz cor,
Suavemente embalei os braços da minha mãe,
De alegria esfusiante desenhada
Com bênçãos mil percorri a minha infância,
E de frondosas árvores e inebriantes animais,
Na Terra Mãe fui enraizada.
À entrada do humano viver
Surge a revolta implacável e imunda,
Timidamente pintalguei o meu ser de cor de medo
E rasgando as minhas células,
Nelas desenhei amargas rotinas de indolor desespero
Breves sois que de mim despontaram,
E no mundo se perderam,
Para depois a mim retornarem e nele me enaltecerem.
E assim percorri esta estrada que em mim e por mim foi desenhada
E nela incrustei o pedaço que em mim carrego,
Com os fogosos e etéreos pincéis
E a minha paleta com cores de vida.
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