Portuguese
Maria, há horas que estava sentada no chão frio das escadas mas, o frio não a demovia nem arrefecia aquele calor infernal que lhe atormentava a alma.
Soltou num grito silencioso um pedido de salvação.
Sentia-se perdida, presa com fitas de seda igualáveis a correntes de aço, a uma vida que não tinha pensado para si.
A bela lua desenhava-se frente ao seu olhar perdido, uma lua redonda e alaranjada, pousada delicadamente entre duas árvores despidas pelo outono, num perfeito embalo maternal.
Maria, cerrou os olhos e sonhou por momentos que era a lua e as árvores sua mãe.
A sua alma aqueceu e, as suas forças voltaram para sobreviver a mais um dia, na esperança de que um dia aprenderia novamente a viver.
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