Agosto
Na métrica dos dias
Ritmado pelo calor do estio
Chegou Agosto
Oitavo de Jano a Augusto
No império milenar da vetusta Roma.
O Morto
Outono
Fecham-se as portas do estio
Nos acenos da noite acalentada
Em que os dias aborrecem o frio
Até ao último suspiro da saudade.
Escrevo cumplicidade
Como um rosário de fé
E acredito
Que conta a conta
Amigos
São orações
Que nos conduzem à imortalidade.
Grafite
Grafito palavras
Rosto presente
Chama viva
Iluminando a multidão
Num século de glória
Pelo direito conquistado.
Corpo de Deus
A veste é branca
Virginal
Na imaculada cor da açucena
No branco da hóstia
Comungada
Transfigurada
Em carne
Flor da cerejeira
Antes de ser já o era
Fruto na flor
Escultura na matéria
Alma no Artista.
Pétalas brancas