Rasgo o pensamento em pedaços e deito fora o rascunho que não escrevi
Não por desgosto no peito nem por algo que não vivi
Parte sem mim
Vou deixar que morra este desejo, deixar partir sem ser meu
Vou simplesmente sentir o beijo, aquele beijo que nunca se deu
Se tivesse anos de vida, escreveria só para ti
Seria carta nunca lida mas jamais diria o que senti
Se tivesse o teu olhar e o horizonte fosse meu
O novelo da vida, um vício sem costume
Uma réstia desse lume, uma bebida destilada
Um fio sem meada, embala-me contigo
Não vou saber mudar, é tão difícil adivinhar
Rasgo as minhas mãos em suor e das lágrimas que estão a cair
Construo uma história de amor impossível de contigo repartir
Há momentos que se calam em nós
As bocas que hoje aqui calam
Olhares que se encontraram um dia
Braços caídos docemente imóveis
Embalam momentos que por nada esqueceria