Sento-me na velha cadeira de madeira que permanece quieta e firme no chão da varanda como a força das raízes de uma árvore antiga e sábia que derrama o nascer deslumbrante da cor verde pelas folhas
Passou por aqui um momento de bruma e fim de tarde no lugar encantado do meu coração onde os bichos buscam água num rio feito de letras, e onde os pastos são feitos de papel devorados por uma fome
Encosta a cabeça meu menino, mas não durmas. Corre atrás da tua infância, porque ela é rebelde e escorre entre os dedos. Faz-lhe uma careta, brinca com ela, corre atrás e sem medo da queda.
A tua alma insinuou-se com pézinhos de lã e um cobertor a dois num sofá de Inverno. E, de repente, sem mais nem menos, tornas-te o meu chão, o meu colchão, a minha cama, o meu pijama.
Se eu soubesse que era assim... Tinha fugido ...
Se eu soubesse desta falta de controle ...Tinha corrido para longe...
Mas não... fiquei aqui e agora não sei o que fazer!
Morde o céu do meu desespero com ânsia de boca enraivecida e leva na palma das mãos o rio dos meus olhos; faz do meu deserto um jardim que ainda não sonho, e oferece-me com os olhos todas as flores
Lembro-me de me abraçares com aquela força de soldadinho de chumbo tímido. Libertaste a tua mão direita da arma de dois canos que seguravas para completares o abraço da esquerda.
Madruguei. Dei por mim às voltas na cama sem conseguir dormir, desistindo. Ainda por cima começava a luz da manhã a entrar pela varanda, e eu sem dormir de maneira nenhuma.
Percorrera um longo caminho para chegar casa, bebeu dúvidas e sorveu as lágrimas a rastejarem-lhe pelo rosto.Fez toda a viagem com parcos trocos no bolso, contava um par de minutos e sentava-se sob
Era uma manhã comum, replicada. Debrucei-me sobre a janela e senti o vapor de mais um dia. Tu chegas. Perco-me com vagar subjectivo no labirinto das tuas mãos percorridas de promessas extintas.
Deslizam pelos dias com a candura sobranceira dos anjos, dilatam o somatório das horas até que amanheça mais uma noite, e riem, alheios ao desespero mudo que estremece na escuridão remexida de um t