MÃE, PAI, PORQUE JÁ NÃO GOSTAM DE MIM?
Felizmente agora já muita gente fala deste assunto, mas quantos meninos e meninas deste País ainda estarão neste momento a sofrer, a chorar por um colo, por uma mão estendida!
Nós gostávamos de ter uma mãe e um pai que nos amassem.
Gostávamos de ter um pai e uma mãe que nos dissessem que este mundo e lindo como as flores dos jardins, e nos dessem um colinho…
Gostávamos tanto de ter pais que nos fizessem sorrir e, quando chorássemos nos fizessem parar de chorar e nos embalassem nos seus colos
Muitos meninos e meninas ainda sofrem e nós teremos alguém que falará por nós, que não nos esquecerá jamais.
Sabem? Fácil é ouvir o som da música que Todos ouvem; difícil é ouvir a consciência de quem nos faz mal, acenando o tempo todo, mostrando os caminhos errados, movidos que são por vontades que nem às pedras as faz rolar pelo chão.
Estas crianças de que falo, foram brutalmente espancadas, ate á morte pelos seus próprios familiares, avós, pais, e agora jazem silenciosas.
Mas acreditem, a paz delas ainda não veio. Ainda há muitas outras a sofrer algures por este País fora e de que ninguém fala, por medo, mas pergunto que medo?
Medo de serem perseguidas? Medo por falar e dizer a verdade? Medo ao ver uma criança vizinha que é espancada e maltratada pelos seus familiares?
Aonde pára a solidariedade? Aonde pára o nosso sentimento de ajuda?
Pelo que vejo, preferem ficar de braços cruzados e ouvir os gritos duma criança a sofrer; gritos de pedido de ajuda. O que poderei dizer a pessoas que têm este comportamento?
Talvez seja por puro egoísmo, desprezo, comodismo, não ouvindo as vozes de quem pede ajuda, implora por uma mão, um afeto, um socorro. É esta a sociedade em que vivo.
Os tempos mudaram, a vida moderna atual mudou a vida das pessoas, mas os nossos sentimentos, esses jamais poderão mudar….
Em cada esquina, em cada rua, há e haverá sempre alguém, que temos de acudir, sem medos, pois é um direito um dever que nos compete como cidadãos deste país.
Mãe e Pai,
“Sou uma pessoa, não sou um ser irracional…
O meu coração é simplesmente meu e não só vosso…
O meu coração pequenino tem sentimentos.
Será que quando sentem o meu coração a bater não sentem nada?
Sabem sou a pessoa mais frágil, mais pequeninha deste mundo e sou tão indefeso, ainda não perceberam isso?
Não será isto fruto desta civilização materialista, que só vê os seus interesses materiais e já não conhece os valores morais, como o amor, carinho, afectos, um ombro amigo, e tantos sorrisos que nos podiam dar. Mas afinal, pai e mãe porque quiseram que eu nascesse?
Sabem sou alguém que deseja ser amada e deseja amar. Sou aquela pessoa que deseja ter colinhos, abraços sem fim, amor sem igual, mas vocês, pais, quando nasço só me fazem mal.
Pai e Mãe na minha solidão, choro!
Na escuridão da noite clamo por amor e carinho,
Por entre os lençóis, por entre mantas, por entre roupas rasgadas, pois sou tratada como um objeto!
Não me ouvem pois não!?
As minhas palavras,
São meras parvoíces como vocês dizem;
Para nada sirvo, a não ser para me maltratarem.
Serei o saco de boxe onde descarregam as vossas frustrações?
E é este mundo que quereis, Pai e Mãe?
MARIA HELENA ALMEIDA
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