A Premonição

 

A Premonição

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Meu filho devia ter uns 10 anos quando me pediu uma bicicleta. Como toda mãe que quer ver o filho feliz, fui numa loja e escolhi a bicicleta com marchas mais bonita que havia na loja. Como a bicicleta era muito cara, tinha até seguro. Mesmo assim, não deixava o Evan Noah sair sozinho de bicicleta. Todo o final de tarde eu o levava na pracinha dos bombeiros, que ficava meia quadra da minha casa. Uma tarde, um dos bombeiros disse ao Evan que tomasse cuidado com os assaltantes, nunca saísse sozinho, pois a bicicleta era muito linda e chamava muita atenção. Ele veio e me contou o fato. Mas como eu sempre estava com ele e não o deixava sair sozinho, ele achou que era bobagem eu acompanha-lo sempre que quisesse sair. Numa tarde ensolarada de sábado, quando o sol ainda estava muito quente, ele insistiu que o deixasse ir na casa de um amigo dele e assim,  ele não ficaria sozinho na pracinha. Repeti várias vezes que não o deixaria sair e que esperasse mais um pouco, até a tarde refrescar mais um pouquinho. Com tantos pedidos de “deixa mãe, deixa mãe”, eu deixei ele sair. Não se passaram nem dez minutos e o meu celular tocou: era o Evan, dizendo que havia sido assaltado quando entrava com a bicicleta no edifício onde morava o amigo. Peguei o meu carro e dei umas voltas pelas redondezas, mas ninguém tinha visto nada. Então perguntei a ele, como toda a mãe faz: o que foi que eu te disse? Ele então me disse que nunca mais iria insistir quando eu dissesse não. Isso me ajudou muito, toda a vez que ele insistia em querer fazer alguma coisa. A loja enviou outra bicicleta, mas não tão bonita como a que havia dado para ele. Cada vez que ele inventava de insistir, quando eu dizia não, bastava dizer a ele: lembra se da tua bicicleta? Acredito que ele tenha aprendido a lição.
 
Débora Benvenuti

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