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O Pensamento passeava livremente pela mente da Imaginação, sem encontrar nenhum indício do que a Imaginação pudesse estar pensando. Não era comum haver tanto mistério. No entanto, o Pensamento precisava muito viajar nas asas da imaginação, voar tão alto que pudesse encontrar as estrelas. Viajar na cauda de um comenta e percorrer todo o universo atrás de um sonho perdido. Havia alguma coisa que impedia que a Imaginação falasse sobre os seus sentimentos. Era algo tão íntimo, que só a ela interessava. E quanto mais o Pensamento se esforçasse para descobrir o que a Imaginação estava a esconder, ficava sem saber por onde começar. Bem lá no íntimo do seu ser, a Imaginação sentia-se confusa e sem saber o que fazer da vida. Passava por um momento delicado e isto a impedia de imaginar. Era como se todo o seu ser estivesse mergulhado em um sonho tão profundo, do qual não conseguia mais acordar. Queria falar, queria gritar para que todos soubessem o que a estava a incomodar, porem nenhum som saia da sua garganta. Estava paralisada pelo medo. O medo de não mais saber amar. Queria muito sentir novamente esse sentimento, mas nada fazia com que a Imaginação se apaixonasse novamente. Era muito triste buscar um amor que ela não sabia se encontraria novamente. Essa sensação era desconcertante. Sentia-se como se estivesse enrolada em uma teia de aranha, da qual não conseguia mais se libertar. Parecia ser tão fácil sentir amor por alguém, mas nem mesmo esse alguém que ela esperava encontrar, existia realmente. Em alguns momentos, a Imaginação se entusiasmava quando conhecia alguém diferente, mas depois de algum tempo, percebia que não era amor o que ela sentia. E ela precisava de um amor, urgentemente. Do contrário, sentia que os momentos de solidão se tornariam eternos e as asas negras que pairavam sobre ela a impediriam de voar, como já acontecera outras vezes. Ainda que o Pensamento fosse seu melhor conselheiro, nada podia fazer para reverter essa situação. Queria amar, queria voltar a sonhar, mas todo os sonhos que tinha, rapidamente se transformavam em pesadelo. E quando acordava, percebia que nem mais sonhos sonhava.
Débora Benvenuti
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