o jardim

 

o jardim

Português

O jardim.

Um caminho florido onde as borboletas voavam livres. Era injusta a curta vida.

A alegria visível naquele jardim, com crianças livres na sua inocência. Felizes são realmente elas, tinham o mundo inteiro nas mãos.

Alguém passeava por ali, com o coração ferido. Uma jovem, que já não via qualquer sentido nas coisas. Talvez, alguém a ferira de maneira mortal. A pior morte que existe é morrer a cada amanhecer e ninguém notar.

A morte tem a forma de um sorriso. Se tiver que morrer a cada segundo será sorrindo. Afinal, até nisso temos o direito a ter privacidade. – Ninguém tem de saber! – Pensou a jovem.

A alegria e a dor debatiam-se numa guerra inútil. Sentada no banco de jardim, observa a vida acontecer.

Um rapaz passa por ali por mero acaso. Viu-a de longe, sem interromper a morte dela, aproximou-se.

O seu olhar estava distante e sem brilho. Porém, ainda tinha os olhos mais lindos, que alguma vez viu. – Boa tarde! – Disse-lhe a sorrir.

Ela levanta o olhar do chão, ao encontro dos dele. Fica como olhar imóvel.

– Boa tarde – Respondeu.

Baixou o olhar.

– Posso sentar-me?

– Sim, é público. – Respondeu sem mostrar simpatia.

Ninguém tinha o direito de interromper uma morte. Ou talvez, até tinha o direito de salvar, mas ninguém estava capacitado para isso. Achava ela.

O jovem, com paciência sentou ao seu lado. Notava sofrimento no seu semblante. Não desistiu.

(silêncio)

Estendeu-lhe a mão. – Sou o Carlos.

Olha para ele. Repara no seu belo sorriso.

– Sou a Sofia.

Carlos sorri-lhe.

Alguém que interrompeu uma morte. Algo dentro de si bateu como protesto, «não morras agora!».

Ele tocou no ponto.

– Quem te feriu?

– O quê?

Ele sorriu.

– Com esse olhar, só significa que alguém te magoou…

Ele foi um idiota, deixa-me dizer-te!

– Eu só não acredito mais no amor.

– Não conheces-te o verdadeiro. Esse não irá magoar-te.

– O que, tu sabes sobre isso?´

Não me conheces!

Ele voltou a sorrir

– Conheço sim.

És a mulher dos meus sonhos.

Sofia sorriu.

– Tens o sorriso, ainda mais belo ao vivo!

Toca-lhe na mão. Sofia não mostra resistência, apenas respirou fundo e sorri.

. – Por onde andas-te?

Quase morri!

– Á tua procura!

Foste difícil de encontrar…

Acho que, andas-te escondida de mim!

Se alguns minutos, estava prestes a morrer. Agora, sentia-se mais viva do que nunca. O coração impaciente, ordena-lhe para o abraçar. Por outro lado, tinha o cérebro, o destruidor de sonhos a ser desmancha prazeres. Como protesto, sorriu e obedeceu ao coração. Ele mantem- na nos braços feliz.

Ela renasceu.

Alguns meses depois, estavam no altar, comos convidados como manda a tradição. Ela estava linda no seu vestido de noiva. Todavia, o seu sorriso era a principal beleza.

– Aceita esta mulher para amá-la e respeitá-la na saúde e na doença até que a morte vos separe?

– Não, senhor padre.

Prometo amá-la mesmo depois da morte.

E tu, meu amor?

 – Aceito.

Não podia ser de outra maneira. – Sorriu.

Trocam as alianças, um mero símbolo para oficializar o que já eram há muito tempo.

– Pode beijar a noiva. – Disse o padre.

– Obrigado, eu sei!

Ela riu.

E, beijou-a até ao fim da vida.

Género: 
Top