O Disfarce era um ser impossível de ser descrito e muito bajulador. Quando estava na presença de alguém a quem precisava enganar, usava de toda a sua lábia para se tornar indispensável. Ao contrário do Sentimento, que era um ser sensível e muito delicado. O Sentimento se enternecia com qualquer coisa que fosse dita em tom mais ameno. Sabedor dessas qualidades que se observava no Sentimento, o Disfarce fazia de tudo para parecer um ser respeitável. Tecia elogios tão convincentes que até ele próprio se confundia. Às vezes até ele mesmo acreditava em tudo o que dizia. Quando o Sentimento não estava por perto, o Disfarce se aproveitava desse momento e fazia tudo o que queria para prejudicar o Sentimento. Muitos acreditavam no Disfarce e até o elogiavam sempre que podiam. Certo dia, o Sentimento descobriu que o Disfarce o enganava e tentou contar a outros amigos esse outro lado que muitos desconheciam. A princípio, ninguém acreditou que o Disfarce poderia ser esse ser tão dissimulado e a dúvida logo se instalou na mente de quem ouviu falar dele. Embora conhecessem o Disfarce muito bem, alguns comentaram que era algo inacreditável de se acreditar, pois até aquele momento, só se ouviam elogios que eram feitos ao Disfarce. O Sentimento se sentiu diminuído naquele momento. Como alguém podia acreditar cegamente no que outros falavam e não aceitavam que o Disfarce os estivera enganando o tempo todo? A máscara que cobria o rosto do Disfarce fora tão bem construída, que só palavras não eram suficientes para derrubar a máscara do Disfarce. Era preciso provas. E mesmo com as provas apresentadas, sempre ficaria a dúvida. Seria o Disfarce tão bem apresentável, que mesmo com as provas, ainda haveria alguém que acreditava nele?
Débora Benvenuti
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Seria o Disfarce tão bem
Seria o Disfarce tão bem apresentável, que mesmo com as provas, ainda haveria alguém que acreditava nele?