A Imagem era um ser muito pretencioso. Tudo o que ela quisesse, ela conseguia, mesmo que para isso fosse preciso usar a imaginação e tecer uma teia muito bem tecida, para que seres inofensivos para ela fossem direcionados. Imaginava-se o centro das atenções e depois de prender a sua presa, não havia nada que pudesse ser feito para salvar o inofensivo ser que caía em suas garras. Só o que ela não sabia era que para toda Ação, sempre há uma Reação de mesma força e intensidade. A imagem era tão segura de si mesma, que jamais imaginou que a Ação repeleria os seus atos mais insanos e seu passado nebuloso. A Imagem acreditava que possuía um caráter único e isto a tornava insuperável. O tal caráter se localizava exatamente no meio de sua imagem, para o qual convergiam todos os seres desavisados. Só um momento: seres inofensivos e desavisados? Isto com certeza é só força de expressão. A Reação se manifestou assim que percebera as intenções da Imagem e avisou o inofensivo ser, mas este já havia mergulhado de corpo e alma, naquele poço negro e profundo que a Imagem refletia.
Débora Benvenuti
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