Gosto quando te dás

Gosto quando te dás.
Quando dizes que consegues mais, mesmo vencida pelo cansaço.
Quando sorris por tudo o que ainda queres viver.
Quando, na raiva, consegues falar com palavras brandas que acalmam o coração.

Gosto quando danças.
Quando te deixas levar pelos sons que se escutam.
Quando bates o pé e finges rodar a saia que não tens vestida.
Quando embalas qualquer criança.

Gosto quando te emocionas.
Porque é sinal que és humana e tens sentimentos
Quando abraças e esperas ao lado
Sem palavras mas marcando a presença.

Gosto como acolhes.
Como abres os braços à vida!
Como aceitas a vontade do outro como algo único
Como encorajas um ser a ser!

Gosto como resmungas.
E te libertas dos tédios do dia-a-dia.
Gosto quando te apaixonas e desapaixonas
Pelo útil e fútil que abunda na vida.

Gosto como aceitas.
O que vier, sem dramas, e o que foi, passou.
Aceitando cada pedra com o mesmo valor de uma flor.
Felicitando cada papoila pelo curto tempo que durou.

Gosto. Quero. Agarro. Fico.
Liberto. Sigo. Voo. Sou.
Onde andas?
Andas onde estou.