Engoli em seco os teus defeitos e sorri, cegamente.
Venerava-te incondicionalmente todos os dias, como se de uma divindade se tratasse: adorava-te. Eras-me erradamente essencial, alguém sem igual.
Não me apercebi de que eras humano como qualquer outro.
Estava louca. Estava.
Depois arrancaste o meu verdejante canteiro, queimaste as flores, ceifaste a vida, semeaste silvas e cardos agonizantes e nada mais.
Depois fiquei vazia…
Depois haveria de descoser os pontos das minhas cerradas e ingénuas pálpebras, e atingir, a pouco e pouco, em sangue, quem eras verdadeiramente.
Doeu, custou, mas ninguém tinha de saber, pois as feridas acabam, mais cedo ou mais tarde, por cicatrizar… E as flores do meu canteiro voltarão, lindas e confiantes, a nascer…
Acredito que sim…, tu não?
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