Estava sozinha, e à minha volta uma multidão. Queria fugir, e não sabia para onde. À frente tinha um abismo. Um abismo que era a minha Consciência, a minha vida, todas as minhas incertezas. Procuro uma porta para entrar em mim. Um fantasma que sou eu, esbofeteia-me sem piedade. E eu…chorava!
Um desassossego! A vida é uma amálgama de confusão, fazendo explodir a mente que não consegue aguentar tanta contradição.
Afinal tudo à minha volta é agradável. As árvores, os verdes dos montes, toda a natureza verdejante olha para mim. Porque não a consigo ver dessa forma? Nada parece fazer sentido! E eu …chorava por tudo e sobretudo por nada.
Os pensamentos traiam-me, e as minhas imperfeições torturavam-me. Queria sentir a calma que me rodeava, agradecer a imensidão de tudo o que via. A minha sublime cegueira não deixava.
Coloquei-te num pedestal, confundi tudo!
Aprisionei-te! Nesse dia em que os nossos olhares lânguidos se cruzaram, as nossas palavras fluíram como se nos conhecêssemos de vidas passadas, como algo kármico que se repete, e logo os nossos corações bateram até doer.
Até que percebi!
Tenho de te libertar, a posse não existe é um absurdo. Não te possuo, não me pertences. Apenas te roubei durante algum tempo. A sombra que me persegue não é a tua, mas sim a da minha consciência. Foi ela que me traiu!
Por isso eu…chorava por tudo e sobretudo por nada.
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