A Brisa e o Furacão

 

A Brisa e o Furacão

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A Brisa era sensível e delicada. Soprava suavemente nos dias ensolarados de primavera e trazia consigo o perfume de flores silvestres. Exalar esse perfume adocicado era uma sensação maravilhosa e por onde Brisa passava, ia deixando um rastro de perfume pelo ar. Quem conseguia apreciar a delicadeza de Brisa, fica enternecido com a sensação de que também podia flutuar no espaço, na mesma sintonia de Brisa. Algumas vezes a Brisa parava de soprar. Escurecia e o tempo ficava carrancudo e logo após o Furacão mostrava a sua força, talvez para mostrar o quanto podia fazer para demonstrar a sua hostilidade com a Brisa. Seu poder de destruição era imenso e talvez por esse motivo, sempre tinha o nome de mulher, mesmo sendo furacão. Por onde passava, ia destruindo tudo que encontrava pela frente, não se importando quem fosse atingido. Depois que passava, só os escombros e a ruina da sua fúria eram capazes de justificar tamanha violência e muitas vezes, descabida. Brisa e Furacão jamais poderiam manter alguma cumplicidade. Enquanto uma era só delicadeza, a outra era o inferno na terra.
 

 

Débora Benvenuti
 
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