De repente, voltei a ser criança. Não aquela criança que eu fui na minha infância: calada, tímida, sem iniciativa e dependente de tudo, pois só fui aprender a tomar decisões sozinha quando já era adulta e mesmo assim, sempre com muita dificuldade, pois não éramos a geração do faz tudo sozinho. Meu neto está me ensinando a brincar: são jogos no celular (Quebra-cabeça então nem se fala: ele é campeão), e logo depois vem os desenhos na tv. Não é qualquer um que ele quer. Tem dias que ele mesmo escolhe. Pega o controle, liga a tv e vai logo na Neteflix. Adora desenhos musicados (dança com eles). Patati Patatá ele adora e outros desenhos que eu assisto com ele ao meu lado. Mesmo para ver os desenhos dele, ele não dispensa o Cheiroso ( uma tolha de banho infantil que ele usa para chupar quando sente sono). Brincar de esconde esconde também é divertido e ele grita muito quando é descoberto. Rir é com ele mesmo. Qualquer palhaçada é motivo para muitos risos. Toy Toy também ele adora assistir, mas ganhou um de presente de aniversário e ficou com medo, porque o Toy Toy fala muitas frases e ele fica sem saber como aquele boneco pode falar. Na escolinha que começou a frequentar, ele é o mais velho da turma. No primeiro dia, as crianças choravam e ele se parava na frente delas e ficava só observando, se fazendo de durão, mas no terceiro dia, todas as crianças começaram a chorar e então foi aquela serenata de choradeira. As crianças choravam todas ao mesmo tempo. Claro que o Ramon também tinha que participar. Ele não sabia se aquilo era uma nova brincadeira ou era para chorar mesmo, para mamãe ir buscar. Todo o tempo que eu não tive para brincar com meus filhos, hoje brinco com meu neto. Quando meus filhos eram pequenos, eu passava a maior parte do tempo na escola onde lecionava e cuidava os filhos dos outros. Espero que os meus filhos me perdoem por não ter brincado com eles tanto quanto eu brinco com o meu neto.
FELIZ ANIVERSÁRIO, RAMON!
Débora Benvenuti
https://ilusoesdeoutono.blogspot.com.br
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