Bi-vontade "Cigarral"

 

Bi-vontade "Cigarral"

Português

Cigarro...Estranho defeito que me deixa em viril fraqueza, que me deixa no descontrolo de mim mesma, que me torna nua às minhas vontades insanas da crua realidade do mundo em que estou.

Saio do fumo horrendo, onde encontro beleza no seu queimar absurdo e vejo me em Pub, sentada no legado esfumaçado da tese defendida e contrariada por mim mesma. Na revolta torno me em vício , recrio em mim oposto do que penso, no acto estupidamente absurdo e absolutamente ridículo que me deixa aquém do que convicto.

Levianamente me esfumaço, na prosa que descrevo todos os meus mais amados e odiados actos, e nos versos não musicais, torno me na música que crio, a sonoridade que esbanjo o meu ser em águas sofridas, nas lágrimas alegremente choradas.

E, assim, no orgulho me banho com a mesma água com que me sujo, deitada de impureza da nicotina que consumo.Acompanhadamente com o cheiro a pulmão queimado, renego me, ergo me em ré, culpada do crime que acendo com o isqueiro cúmplice do meu crime, e com o júri que reside na minha consciência, grito a minha sentença, para a fogueira acesa com o mesmo cigarro que me levou para esta cadeira que me condena.

 

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