Até morrer

 

Até morrer

Português

O coração está vazio, as lágrimas querem correr pela minha face.

Por dias vivi um sonho, que rápidamente foi destruido por monstros do pântano.

Nas minhas escritas faço um mundo totalmente diferente, anónima sou eu, um ser que vagueia nos vales da sombra.

As minhas ideias servem para ignorantes se aproveitarem, tão brilhantes que elas são, o seu sucesso é garantido, mas não de quem as pensou.

Vivi de promessas, acreditando que haveria um espaço para mim nesta sociedade materialista e interesseira, mas o meu lugar é no meu cantinho.

Nos meus sonhos todo se transforma em realidade, quando acordo tudo volta a ser o mesmo.

A saudade doi cá dentro, não vos vou ver novamente.

Mamã, Papá tão queridos que foram comigo ao ponto de destruirem a minha infância, a minha luz natural, viverei com mágoa para todo o sempre.

Nos meus quadros esconde-se os mais belos e tristes sentimentos que vive dentro de mim, quadros esses que mostram os gritos da minha alma, como podem ser rejeitados? 

Como foi bom ouvir a tua voz Vovózinha e rir contigo no fim de tantos anos, mas o tempo foi curto, o meu papá tinha que destruir isso, irei guardar todas as tuas palavras para sempre até morrer.

Ano após ano tento viver um dia de cada vez, aproveitando cada minuto, cada segundo, sonhando e fracassando.

Porque as lágrimas insistem em cair, quero ser forte e fazer com que elas não caiem,

Vivo de promessas que um dia o meu trabalho será reconhecido, se eu não reconhecer a mim própria quem reconhecerá?

Como desejava ser burra e de fraca aprendizagem, talvez fosse mais feliz, para que serve saber fazer quase tudo onde és rejeitado?

Para que serve amares a família onde ela é a própria que te apunhala.

Para que serve ofereceres-te voluntáriamente os teus dons artisticos se te ignoram?

Para que serve isto tudo? Nada tras quem amo, nada tras novamente os sorrisos, nada tras o valor merecido, nada tras uma porta aberta.

As escritas abafam a minha dor, minhas unicas amigas de verdade, escrever com a alma, escrever o que sinto.

Tenho saudades de ser criança, mesmo rasgadita era feliz.

A vida é uma constante luta que travamos diáriamente, eu sei que lutarei sempre até morrer.

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