Ela era timida, de um jeito que ninguém entendia, não ao ponto de se fechar para o mundo, mas nao totalmente aberto, de um modo complicado. Ela tinha medo de mostrar demasiado. Então ela preferia ficar na sombra, e ver como os outros eram, antes de se colocar numa posição que ela acharia desconfortavel e da qual não poderia fugir.
Até que um dia, ele entrou na vida dela, literalmente desceu as escadas, e virou a sua vida de pernas para o ar.
Tudo o que ela acreditava, aquele lugar seguro, ou que ela achava que estava controlado, desmoronou.
O seu coração.
Seria aquilo, Amor, o desmorenar de todas as barreiras.
Ele entrou na loja onde ela trabalhava e todos os dias ele se sentava naquele especifica mesa, que ficava de frente para o sitio onde ela trabalhava, ela atendia-o como um outro cliente qualquer, ele fazia alguma conversa, e ela para nao ser indelicada, respondia, sempre sentindo que aquilo estava a fugir do seu porto seguro, do seu controlo, o cliente, estava a deixar de ser cliente.
As conversas deixaram de ser de circunstância e passaram a ser mais intímas, como se de velhos amigos se tratassem.
Uns dias depois ele pediu-lhe o número de telemóvel, e ela sem se aperceber deu-lho, só quando ele saiu porta fora, ela se apercebeu do que tinha acontecido, o que ela tinha feito, seria aquilo destino, perguntou-se a ela mesma. Apesar das pequenas conversas que trocaram, ela mal o conhecia, nem sequer o seu nome ela sabia, e ela tinha lhe acabado de dar o número dela, o que estava ela a pensar, para agir assim.
Mas a vedade é que no dia seguinte elas passou cada minuto a olhar para o ecrã do telemóvel, nervosa, há espera que ele disse-se algo. Num desses minutos uma mensagem apareceu: “Olá queres ir ao cinema, hoje há noite?” .
Nervosa e sem saber o que estava a fazer ela disse que sim. E outra mensagem, instantaneamente apareceu: “Boa, 19:00 vou te buscar.”
Ela estava mais nervosa do que nunca, ela nunca se tinha atirado assim de cabeça, aquilo não era ela, ela que controlava tudo, tinha marcado um encontro, com um desconhecido. Mas aquele desconhecido fazia o seu estômago ter borboletas, o seu coração palpitar mais depressa quando ele estava presente, desde o dia em que ele descera aquelas escadas.
Ela disse para si mesma, uma e outra vez, é apenas uma saída de amigos. Mas a verdade é que olhava para a porta a cada segundo há espera que ele entrasse para irem ao cinema.
Essa noite foi perfeita, ele foi gentil com ela, ele era um estrangeiro lindo.
Dias se passaram, e ele continuava há vir a sua loja, sempre por volta da mesma hora, e falavam horas a fio, trocavam mensagens quando não estavam juntos. Mas ela continuava a acreditar que eram apenas amigos.
Ela queria enganar quem, ela nao tinha mais o control, e ela sabia que ele queria mais, do que apenas amizade. Mas ela tinha medo, tudo aquilo era novidade, fora do seu contolo, da sua zona de segurança, e se ele não gostasse dela depois de a conhecer?
Até que umas semanas depois ela não resistiu mais, e cedeu e se beijaram.
Ela baixou todas as guardas, ela não podia mais negar o que sentia, que ele era o amor da vida dela, aquele que a fez abrir para o mundo e a fez sentir, pela primeira vez amada e segura.
Aquele tinha sido Amor há primeira vista.
E até hoje eles estão juntos, lutando para ter uma vida melhor, mas sabendo que um sem o outro não existem.
FIM!!!
Comentários recentes