O Relógio e a Imaginação,
depois de muito vagarem pelo mundo,
resolveram que era hora de parar.
Mas parar para quê?
Pensou o Relógio,
se ele já estava parado.
Havia descido da parede
e não mais marcara o Tempo.
Estavam eram perdidos no Tempo.
Mas se o Tempo não existe,
como poderiam estar perdidos?
O Relógio estava cada vez mais confuso,
então perguntou a sua amiga, a Imaginação,
como poderiam resolver essa questão.
O mundo estava uma confusão,
ninguém se entendia,
e todos queriam que o mundo
voltasse a girar novamente,
para que todos pudessem se encontrar.
Então a Imaginação propôs ao Relógio
que embarcassem na próxima volta que o mundo fizesse,
e assim poderiam voltar para casa.
O Relógio voltaria para a parede
e a hora ele marcaria com sutileza.
- Você não se cansa de trabalhar?
Perguntou a Imaginação ao Relógio.
- Me canso sim, mas não posso parar.
- Por que não podes parar?
- Por que se eu parar,
me dão um remédio amargo para tomar.
- E é assim tão ruim?
- É muito ruim sim, é amargo
e não é só amargo,
é viscoso e pegajoso,
e eu fico escorregando sem parar.
- E para que te dão remédio?
- Dizem que é para as minhas cordas lubrificar,
por isso não posso parar de trabalhar
e as horas eu preciso marcar.
- E para que precisas as horas marcar?
- Se eu não marcar, ninguém mais
vai querer trabalhar.
Assim, o Relógio embarcou
nas asas da Imaginação e
os dois voltaram
para mais um dia de trabalho.
O Relógio na parede e a Imaginação
a criar mais confusão com suas ações...
Débora Benvenuti
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