Queria levar-te à cidade da luz...
Dizem que é a cidade dos amores errantes
Das paixões que começam numa rua e acabam na avenida
Dos beijos proibidos e dos sonhos de antes
De desgastarem o amor no pulsar da vida
Meu amor, como seriamos nós lá?
Seria por cruzar os arcos que seria eterno
Ou a eternidade cabe no ponteiro dos segundos
Não pudemos fazer juras num dia de inverno
Onde no sofá unidos os mais estranhos mundos
Teria o fogo do teu beijo mais calor
Que aquele que já arde na minha pele fria
Quando lembrar-te é pensar em amor
E para ser uma saudade profunda basta um dia
Seriam as histórias que víamos passar
Mais que um qualquer filme bem comercial
Que apenas servem de desculpa para ficar
Abrigados da solidão e do temporal
Que se ergue e passa por nós sem nos tocar
Teria Paris um cheiro de grande cidade
Ou cheirava como tu? A carne, a morder e beijar
A viver como só vivem pessoas de verdade
E seria a sua noite mais bela que aqueles serões caseiros
Onde amamos só por ser amor e não sabermos não amar
Onde colidimos e fundidos gostos, vidas e céus inteiros
Num simples olhar
Pudemos continuar a trocar promessas debaixo de edredões
Com as meias, as pantufas e a pele já gastas
Com as pernas entrelaçadas em confissões
Porque no final das contas
A cidade do amor és tu
e tu és Paris!
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