Português
A escrita e a leitura são duas vulvas, húmidas, que me engolem na interinidade. Uma delas penetra-me através do bailado das suas aneladas escarpas de entre as lambidelas, nas frechas, entornando-me o inferno.
Os corpos não vivem sem inferno e o inferno são as sílabas e todos os vestígios insones, as palavras chãs que invertida mente lábrida os sítios expressionais de um lugar interno. A libidinosa luxuria de que as carnes se alimentam. O orgasmo, fervente, o único Deus vê e sente o estremecer das colinas, a pulsar em redor, a pulsar nas coisas colocadas no acto.
Do lado de fora o cio apura-se e a poesia contínua a lamber as frestas mal fechadas e é nesta união secreta que eu amamento um mundo.
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