A noite, durante seu momento de maior ego, mantém-se radiante.
Me afago no recolher do meu leito
E ali permaneço, exausto das chibatadas da monotonia
Sei que parto para o inconsciente, rumo ao trem sem rumo que é sonhar
Inconscientemente pego-me tirando-te de baixo da cama
Lugar que te botara quando era apenas uma criança
E, de forma sem igual, tu me maltratas e me fascinas
Todo dia vens de forma diferente, ora sem escrúpulos
outrora sorrateiramente, buscando enredos e pretextos
para me causar o desconforto curioso que é te temer
Outro dia, Maria me contou que viestes como alguém que um dia ela amara,
aterrorizada, Maria chorou também de dor e saudade.
Já eu, sinto-me lisonjeado,
pois quando vens e deitas ao meu lado sem pedir permissão,
me causas poesia,
poesia irracional, tal como tu;
poesia única e de uma só viagem, tal como tu.
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