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Esses olhares.
Ávidos!
E eu aqui encarcerado,
Nesta grade de vidro.
Com cortiça castrado!
Nasci para ser degustado,
só assim sou rei, sou Baco.
A vós me vou entregar,
Aveludado.
Para vestir o vosso paladar.
Mas lembrem-se! Nesse primeiro trago,
minha família é a terra.
Sou neto da videira.
A uva é minha mãe.
Em regaços de gente transportado,
aos passos.
Em dança suave e lenta,
vão pisando e assim sou parido.
Agora liberto.
Em goelas navegando.
Vou soltando!
As vossas alegrias.
Os vossos sentidos.
Mas lembrando!
Sou traquina!
Vivo em tragos perdidos.
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