Todo um enorme muro ergui, escondendo o meu passado,
Sou prisioneiro do que fiz, põe em causa tudo o que faço.
Por trás, jaz quem eu era, tudo o que fui, tudo passou.
À frente, existo só eu, mete-me nojo saber quem sou.
O vento da vida erode o muro, escapam vergonha, putrefacção.
Tentando olhar em frente, todo o esforço se mostra em vão.
Agora, tudo o que sinto, mera reflexão do que já senti.
Agora, tudo o que faço, mera imitação do que já vivi.
Nevoeiro do passado que criei encobre-me a passagem.
Tudo aquilo que sonhei, nada mais é que simples miragem.
E o muro, caído, ergue-se de novo, de repente,
Impedindo-me o caminho, não consigo andar em frente.
Tudo o que sou se torna claro, pois é impossível esquecer:
Sou a pessoa que fui, nada mais há no meu ser.
As páginas do livro que sou, em branco para sempre irão ficar
Não quero repetir os erros, não consigo voltar a sonhar…
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