Sal

 

Sal

Português

Hoje não sou o rebento que veio ao mundo
Não sou sal
Esta fábrica rouba-nos a identidade
Corrompe-nos a genuinidade 
Torna-nos insossos
Iguais
Banais
Já não somos apenas nossos

Felizes nossas almas eram milhares de alvos e salgados cristais
Nascia-nos luz própria
Agora somos baças e feias rochas e nada mais
Dia-a-dia se evapora nossa glória

Foge comigo rumo ao nada
Pode ser que encontremos tudo
A vida não é destinada
Tem de ser conquistada
Anda
Caminhemos ao longo da estrada

Pois esta fábrica produtora em massa
De indivíduos simples e normais
Anda sempre à caça
Transforma-nos em vazios
Desgraça-nos a originalidade
Pilha-nos a personalidade
Nunca voltarei a ser sal
Porque
Hoje não sou o rebento que veio ao mundo

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