A Relíquia

 

A Relíquia

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Aqueles momentos onde passado o rebuliço diário,

Finalmente escapulia-me para a tua varanda para fumar um cigarro.

Havia vento e eu não sentia frio,

a vista era bonita (naquela varanda alta),

 

Os aviões passavam e haviam luzes da cidade

Em toda à volta do campo dos meus olhos.

Mas nunca quis saber da vista,

nem do vento, nem dos aviões.

 

Naquele momento, apenas fumava pausadamente um cigarro

E bebericava a minha cerveja.

E então tu chegavas...

 

Abrançando-me carinhosamente,

e sorridente pedias uma passa do meu cigarro.

Como poderia o dia ser duro ou feliz,

Ali era totalmente apagado e só te sentia a ti.

 

 

Esse teu sorriso de criança

De quem experimenta algo fantástico pela primeira vez.

A tua brincadeira querida.

 

E no fim da noite... quando já abraçada ao teu corpo,

Ganhava coragem para regressar a casa.

Ficava quietinha, enquanto esses teus longos dedos brincavam na minha pele.

(Como que se nas teclas do teu piano tocasses.)

 

Coragem sim! Nunca era fácil partir.

Não é fácil abandonar um sonho bom.

(Aquela sensação em que o despertador toca e tu estás no meio de um sonho tão bonito,que não abres os olhos por momentos, só para ficar uns segundos mais.)

 

Assim era contigo, de todas as vezes.

A minha mais perfeita relíquia.

O meu sonho mais meigo.

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