Aquela população ali presente
Deitada ao relento apenas aguardando
Fitando o nada por algo inconsciente
E pela sombra da noite esperando.
Tua espera, eu vejo possível milagre...
O milagre de conquistar um teto
Nem sempre almejar um teto é milagre
Um possível milagre é quase certo.
A espera para alguns é muito longa
Alguma história sumariamente ela conta...
Para outros, milagre nunca acontece...
Você ouve e logo depois se entristece.
O tempo sem perdoar continua
Esta vida sem emoção insinua
A tal da esperança avança na rua
Sobrando olhares e clamando à lua.
Assim, vejo a população aumentando...
Às marquises, ouço pessoas chorando,
Pelas calçadas pânico e outras gritando,
Será possível o milagre chegando?
Vejo sopas quentes, pão, água e acalento,
Trazendo alimentos e palavras ao sofrimento,
De pessoas, do nada, abrolhando como exército,
Abrandando desvalidos com total descrédito.
E nessa variável, onde está a humanidade social?
Nessas inconstâncias de variáveis,
Existem pessoas muito afáveis,
Desconhecidas, mas com atos insuperáveis.
E assim, a vida segue com seus tratos...
E assim, a vida castiga com maus tratos...
E assim, uma humanidade omissa
Caminha na vida sem base de uma premissa.
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