Poemas Soltos, palavras sentidas.

 

Poemas Soltos, palavras sentidas.

Português

Amor

 

Fico calma e tranquila,

por tu me fazeres segura.

Não a quero perder, apenas senti-la

com carinho e ternura.

 

Muitos a ignoram,

outros a conquistam…

Mas todos a elaboram,

para que mentes se dispam…

 

de preconceitos, fronteiras, religião…

E digam a todos sem pavor,

sem amargura, mas com paixão.

 

Não há com maior calor,

riqueza, trono que leva à exaustão…

Que o reinado da palavra “ Amor “.

 

Fogo de Amor

 

A sua constante presença,

o seu olhar penetrante.

Os meus olhos a iluminar essa doença,

que teima em tornar-se ofegante.

 

Como fogo que arde e não queima,

deixado pelo calor do braseiro

que continua a iluminar sua teima,

de ser apenas um fogo passageiro.

 

Triste vida, vida a minha,

tinha dito a mim próprio

que nunca mais o tinha.

 

O Amor deste seu impróprio,

que um dia foi e agora vinha,

para se tornar prisioneiro de si próprio.

 

 

Rescaldo

 

Não sei que me deu,

tão pouco o que pretendes,

de ti e de nada teu

não sei se me entendes.

 

Olha!!! que sítio tão belo,

para dizer tão pouco,

sob este sol amarelo

que de calor me põe louco,

 

e esta chama que fulmina,

sob teus lábios ressequidos,

que humedeço com salpicos de neblina,

 

para que se tornem humedecidos

e ao leve toque que termina,

fiquem marcados e não esquecidos.

 

Moribundo

 

Finjo que nada sinto,

mas a dor é cruel e fatal.

E ao meu sangrento corpo minto, e minto

que é dor ilusória e não carnal.

 

A dor rasga a carne como espada afiada,

e continuo cerrado na minha dor

que virou carne estilhaçada,

ensanguentada de tanto ardor.

 

Dei um gemido de tanta aflição,

a ver se alguém ao passar

lhe causava tamanha confusão,

 

um corpo assim moribundo,

que nada têm a quem deixar

a não ser a triste vida neste Mundo.

 

 

Famintos…

 

Fui, vim…e porque partiste?

Sem nada dizer ou deixar rasto,

Pensei…e não perdoo se me mentiste,

ao deixares este pasto…

 

Que alimenta tua fome,

com este trigo que virou pão,

que muito pede e que não come

aquele que vive ao abandono de tanta ingratidão.

 

À custa de tanta miséria, tanta guerra

por causas perdidas,

nos confins desta terra,

 

onde domina a ganância e a cobiça

e as crianças passando fome abandonadas, despidas…

num Mundo onde tanto se desperdiça.

 

Rosto

 

Teu rosto sem palavras,

tento por gestos descrever

ao toque de tuas rugas desalinhadas,

que o tempo não perdoou em tecer.

 

Esses contornos de criança pura,

jamais irão voltar

fica a lembrança que perdura,

para mais tarde recordar.

 

Esse rosto ingénuo que foi teu

mas que o tempo apagou,

como na luz do dia que se abateu

 

num longo e eterno descanso,

que foi e não mais voltou

deste Mundo que tanto me canso.

 

 

 

 

 

Género: 
Top