Este domingo, de madrugada
Este domingo, de madrugada, uma parte de mim murchou.
Durante a alvorada, essa mesma parte morreu...
Contudo, fica a alma a sentir
A dor do engano, da dúvida, da solidão,
A dor do rasgo, provocado por um grito
Que se sente ter sido dado em vão...
Quanto sangue esta dor faz derramar?
Quantas lágrimas esta alma vai chorar?
Pediste-me que desfolhasse o nosso livro
Devagar, com jeito...
Mas acabaste de rasgar as pétalas
E destruíste os lírios plantados no nosso amado jardim...
Como poderemos acalmar exaltações
Se as tílias caíram por terra, mortas?
O que não será preciso fazer, para reconstruir a esperança,
A força e a alegria desta alma?
Esta alma que se arrasta no pó da estrada
Para poder encontrar, de novo, toda a sua confiança.
Pedes-me para não esperar, para agir,
E não me deixar levar por palavras, simplesmente te ver...
Não estás, por acaso, a pedir
Aquilo que tu próprio não podes dar?
Chora... e as tuas lágrimas regarão os lírios
E a dor desta alma também...
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