Desde a praça até ao cais
de mão dada com a humildade
Surge alguém com honra e simplicidade
É o pescador que para o mar vai
Leva no peito a saudade
Da tricana deixada em terra
Doi mais que a fome , doi mais que a guerra
E ela reza em terra
para que não lhe aconteça maldade
A bela tricana fica à sua espera
Que chora , que desespera
Faz da dor silêncio furtuito
Uma chama que devora
Teme - a mais que uma quimera
Pois se o pescador demora
O péssimismo impera
Oh povo sofredor
Que ao mar não perdes amor
Esse monstro destruidor
Anjo negro repleto de explendor
De S.Felix até á Lapa
Brilhas bravo pescador
E a mão que o sol tapa
Observa o mar desafiador
Sempre na luta sorridente
Num dia cheio de amarguras
Mas quais maleitas , quais torturas
Tiram a força desta gente
Ninguém compreende o orgulho do poveiro
Se não nascer em tal terra abençoada
Na bondade e virtude é o primeiro
Nesta pátria ditosa minha amada
Quem não sente o orgulho de ser poveiro
Há de ter existência fútil e desgraçada !
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