A Indiferença sofria de um mal
que ninguém conhecia.
Estava sempre arredia
e por mais que o Entusiasmo se esforçasse,
nada fazia a Indiferença
mudar o humor que a consumia.
Mas o Entusiasmo não podia
falar do caráter da Indiferença.
Ele mesmo muitas vezes
se desconhecia.
Ficava muito entusiasmado
com tudo o que via
e acreditava que assim sempre seria.
Desejava tudo o que não tinha
e depois que conseguia,
lá vinha a Indiferença lhe fazer companhia.
Um dia estava apaixonado,
fazia declarações
e acreditava em tudo o que dizia.
Mas de repente,
algo acontecia
e o Entusiasmo logo se esquecia
de tudo o que prometia.
Se apaixonava facilmente
e dizia que era amor o que sentia,
esse sentimento que o entorpecia
e quase o enlouquecia.
Mas assim como se apaixonava,
se deparava com a Indiferença,
a lhe fazer companhia.
A Indiferença lhe segredava coisas que ele temia
e que em breve aconteceria.
Isso tudo fazia o Entusiasmo se desinteressar
e logo outros interesses procurar.
O Entusiasmo se esforçava
para se manter sempre contente
e prometia a si mesmo que da próxima vez
seria diferente.
Mas nada acontece assim de repente
e o Entusiasmo sofria
por não conseguir o seu intento.
A Indiferença estava sempre presente
em todos os momentos.
Invadia o seu pensamento
e fazia o Entusiasmo
desistir de todo o seu intento.
Amnésia era o mal que acometia o Entusiasmo.
Depois de algum tempo,
ele tudo esquecia.
Débora Benvenuti
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