O Andarilho

 

O Andarilho

Português
Meu coração se despiu de todo o sentimento
e perambulou sem esperança,
amarrado a um raio de luar.
Viajou nas entrelinhas dos meus versos
e se perdeu no universo.
Fez-se noite,
e o andarilho despido de todo
o seu conforto,
fingiu-se de morto
para não ser reconhecido
quando estivesse adormecido.
Sentiu o frio descendo em flocos
e em flocos seu coração se transformou.
Doía-lhe a alma ferida,
ausência do ser mais querido
transformado em desejos contidos.
Não queria se perder,
mas ao amanhecer,
sentiu que já não sentia mais dor.
Havia congelado o sonho,
triste sonho de um andarilho
que não sonhava mais com o amor.
 
Débora Benvenuti em Dueto com Gerson Almeida
 
    Sou o andarilho que te procura.

 

Não me fingi de morto,
engana-se em pensar assim.
Era noite alta, não quis bater a tua porta,
te incomodar.
Preferi no desconforto da noite fria,
ficar lá fora a tua espera,
que o dia amanhecesse para poder te procurar.

Fiquei a ler teus versos a luz de lamparina
a beira do caminho.
Queria cativar teu coração quando o tocasse.

Ainda sonho com o amor,
sonho contigo minha paixão.
Descongela logo meu coração,
quero que bata por ti.
Minha alma ainda ferida sofre e pede perdão.

Sou o andarilho que cansou da procura,
quero ficar em tua morada,
nessa estrada solitária.
Ainda quero sonhar...

Gerson Araujo Almeida
Inspirado no poema O Andarilho, de Débora Benvenuti

 
 
 
 
 
 
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