Nada sou, persigo uma inexplicada ilusão,
Renuncio sem razão e breve, qual ermita,
Abraço um desconhecido qualquer,
Apenas porque me cumprimenta,
Sem que o toque sequer, sou nada
Embora traga uma face no espelho
E um universo real em mim quando
Nada mereço, nada tenho senão mil
E um explicitáveis desespero do tamanho
Das sensações que divido comigo mesmo
Numa inexplicada ilusão que me faz lembrar
Ilhas distantes, moradas de príncipes deuses vivos,
Nada sou, simulo paixões que não foram
E circunstancias de enredo já gastas
Como as putas velhas da praça que se dão
De graça, nada sou, pombo morto, ponto morto
E se ainda me convenço pedindo simpatia,
É porque nos arredores da cara ao espelho
Já não sou eu que me vejo, mas o silencio
A dar-me a mão puxando pro lado,
Em que não me veja …
Jorge Santos (10/2017)
http://namastibetpoems.blogspot.com
Comentários
Nada sou, persigo uma
Nada sou, persigo uma inexplicada ilusão,
Renuncio sem razão e breve, qual ermita,
Abraço um desconhecido qualquer,
Apenas porque me cumprimenta,
Nada mereço, nada tenho senão
Nada mereço, nada tenho senão mil
E um explicitáveis desespero do tamanho
Das sensações que divido comigo mesmo
Numa inexplicada ilusão que me faz lembrar
Ilhas distantes, moradas de príncipes deuses vivos,