Minh’alma não tem uso pra mim,
Minh’alma não tem pra mim uso,
“Cohabito” um ser sem ser nem alma
No lugar onde eu pensava haver
E ter toda’dor e todo o gozo d’amar,
Como tod’agente e todo’mundo,
Esta minha não tem o devido uso,
Sou o monstro que duvido alguém
Conheça, porque conhecendo-me eu
A mim, sou enganado pelo tacto e vista
Pois da fala, dessa nem falo, ouço
Numa linguagem absurda, o canto,
Que lembra fraco o eco doutra Pessoa …
Enfim diferente e a mim junta, próprio
Delouco fragmentado, julgo-me inatural,
Perdido na época das masmorras,
Assim é o meu sentir, o estranho é que
A vida flui atrás destes meus olhos vis,
Iguais outros que vi no purgatório
do diabo, inúteis, inútil o choro,
Rio ou rimos em simultâneo, só pra saber
Se sou mesmo eu ou se um outro
Logro igual convive comigo,
Logo eu tenho de conviver com ele
Mais o que sinto sendo universal e uno,
Eu próprio incomum tanto quanto o uso
Que faço à alma que tenho no centro
Do corpo que é o mundo …
Jorge Santos (03/2017)
http://namastibetpoems.blogspot.com
Comentários recentes