Português
Abre-se um mundo a meus pés,
trazendo a âncora que me amarra à tua imagem.
Estremece-me o corpo que naufraga sem te ver,
e calam-se os gritos, mudos, de querer.
Quero arrancar a tristeza que me invade,
e me prende por instantes neste mar.
Quero velejar na lembrança dessa vida,
de onda em onda, chamando o teu nome na areia do infinito.
Vejo o teu rosto na espuma de um sorriso,
e afogo a dor num banho de lágrimas contido.
Os raios de um sol apagado queimam-me o corpo,
que desfalece na neblina que preenche o teu lugar.
Mergulho na água oca que me salpica os sentidos,
e persigo o som que ocupa o fundo do meu ser,
cheirando a névoa solta que me expulsa de doer.
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