Onde anda o mar, pergunto eu, ao Sem-Rosto…
Perguntei a um triste búzio Quasímodo,
O que dizia bem de dentro da maré ferida,
Respondeu bramindo e a custo, que dentro,
Havia tanto asco de tainha verde, era o búzio
Quem não se ouvia do mar, nem ao plágio fanho,
Ao tom do jazz, ronco de esquadrilha mortal,
Onda do mar a bater no bojo, morteiro
Estoirando o ar, alga podre, peixe-gato, nojo,
E dum oco, ocre, búzio torto, nem ralho…
Onde anda o mar pergunto, debruçado,
Moribundo doente e coxo, ao rouco mar de junco,
Aí onde a costa engorda o atum infecto…
Respiramos ar gordo a contragosto,
Um monstro, tanto Ogre quanto Elfo-de-caça,
Me treme na voz, quem sou, que importa à corça,
O pavilhão na caça, sem a salvação da grossa,
A poça à soleira da porta é rasa, nossa rude tábua
Ardeu, pegando fogo ao mastro e à casta aurora,
Aonde andas justo agora, ao mar eu pergunto,
-Para onde caminho, O Sem-Rosto és tu, Salino,
Pergunto eu indigno e mudo, pro céu do
Sol-posto com o mindinho abreviado e meio,
-No meu peito reinou um salmão e de desgosto
Morri eu, seu irmão, – O Do-Coração-Ateu -…
Joel Matos 04/2019
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