Tu se existes eu não sei,
Nem o que é real e tende
A ser fracção e parte lírio,
Flor da paixão, eu abrunho,
Tu, se existes não existes,
Tal esfinge, barro mimético,
Nem eu sou autêntico ramo,
Se vê refracto, o eu fraco.
Se existes eu não, nem sei
Ser o mistério que é seres tu
Paixão, infracção, cativado
Eu, indigno delírio que por
Ti, Santo eu não, omisso entre
Terra e céu, corpo ateu esta
Forma de ser eu, que nem de
Graal é e fede e se fende,
De onde venho já não há preces,
Sei plo ruído que faço, que existo,
Não me perguntes porque sei,
Chama-lhe intuição, sei lá-magia,
Mistério, não sei tudo, mas sei
Que existes por anónima causa
E isso basta, bate fundo qualquer
Que seja do destino o cadinho,
Será esse o meu adereço falso,
O santo-ofício do improfícuo,
A função mesquinha do último
Sortilégio de Cristo no mundo.
Tu, se existes morra quem eu sou,
Que me concedas no prelo a divindade
Que não sou, nem tenho, não é
Um pedido, é porque abdico,
Igual a toda’gente, dum caminho
Calçado a pregos, comum castigo
De Judeus predestinos…Humanos.
Joel matos 01/2019
http://joel-matos.blogspot.com
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