Hoje meu coração se aquietou
e mais tranqüilo,adormeceu.
Percebi que uma de suas asinhas se feriu,
e assim que ele dormiu,
o cobri com uma colchinha,
para ele não sentir frio.
Na sua caminha o coloquei,
até que ele dormiu.
Pareceu-me tão cansado
e muito, muito, magoado.
Enquanto ele dormia,
falei baixinho ao seu ouvido.
Pedi a ele que me falasse
porque estava tão magoado.
Pareceu-me que ele ouviu
e sentiu-se reconfortado,
mas teve um sono agitado,
falou que fora pelo seu amor abandonado,
e assim,triste e desanimado,
havia a sua asinha machucado,
mas não era dessa dor
que ele falava,
era de algo mais desanimador:
" Uma tristeza,
que o fazia sentir dor."
Ficara tão desesperado,
que de um penhasco despencara,
as suas asinhas esquecera
de bater,
no momento em que saltara,
no abismo que o tragara.
Por isso, a asa ferida
e o coração todo amassado,
era tudo o que sobrara,
desse coração que tanto amara
e desse amor, abdicara...
Débora Benvenuti
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